José Maurício Budant - médico Otorrinolaringologista – CRM/SC 4941 | RQE 4840

Hoje vamos falar das doenças que atingem a parte externa do ouvido: a orelha e conduto auditivo externo. O aparelho auditivo é um órgão extenso e complexo, que se subdivide em 3 porções: orelha e conduto auditivo externo, membrana timpânica e ouvido médio, e cóclea vestíbulo e ouvido interno. As doenças desta parte do ouvido são muito frequentes no período de verão, mas também ocorrem o ano todo, especialmente em pessoas suscetíveis ou expostas a traumas recorrentes nestas regiões.

Em relação ao pavilhão auditivo ou orelha: picadas de insetos, acne, infecções e traumas são muito comuns. Estes eventos devem ser logo investigados e tratados, pois podem evoluir para formas graves e que podem deixar sequelas e mesmo levar à morte, especialmente em pessoas idosas ou imunocomprometidas.

O que acontece muito hoje em dia são infecções após colocação de piercing. Se essas infecções não forem tratadas no início, é difícil reverter o quadro. E, às vezes, é preciso realizar tratamento cirúrgico, que pode até deixar sequelas na orelha. Por isso, é preciso tomar cuidado em relação aos ambientes onde esse tipo de procedimento será feito. Informe-se com outras pessoas sobre a procedência do estabelecimento e, principalmente, chequem se o ambiente foi inspecionado pela vigilância sanitária. Essa já é uma garantia de que as normas estão sendo cumpridas.

Nos casos de infecção do conduto auditivo externo (parte da orelha que vai até a membrana do tímpano), suas causas mais comuns são: a exposição a água contaminada, manipulação com hastes flexíveis, palitos tampa de caneta, ramonas, etc. Se o seu ouvido coça frequentemente e você tem necessidade de mexer nele repetidas vezes, procure um especialista para investigar a presença, ou não, de infecção, excesso de cera ou outro tipo de problema. O diagnóstico correto vai indicar as medidas a serem tomadas em cada caso.

Nesta época do ano, com dias de temperatura alta, muitas pessoas frequentam piscinas, rios e açudes. Após o banho nestes locais, é muito importante tomar uma ducha e lavar seus ouvidos com água tratada. Pois, especialmente em rios e açudes, o nível de contaminação é alto e em períodos de seca há uma concentração maior de fungos e bactérias oriundas de fezes de animais e aves. Se você ou algum familiar começar a sentir dor ou coceira nos ouvidos, ou até mesmo obstrução do ouvido após alguns dias de exposição á água, procure um especialista o quanto antes. Estas afecções são facilmente controláveis e tratáveis no início. Mas, se houver demora em procurar atendimento, o quadro pode evoluir para um problema mais grave - afecções altamente dolorosas e que só vão responder a tratamentos com doses altas de antibióticos por períodos prolongados.

A dica é: curta o verão, mas não negligencie a sua saúde! Procure locais com água de qualidade para seu lazer. E sempre que sentir que algo errado está acontecendo com seus ouvidos, não espere tempo demais para consultar com um otorrinolaringologista.

Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste

José Maurício Budant - médico Otorrinolaringologista – CRM/SC 4941 | RQE 4840

Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333