Estamos em uma época de calor, chuvas e umidade na qual o lazer e atividades ao ar livre como trilhas, acampamentos e de limpezas de habitações, quintais e terrenos são muito praticadas pelas pessoas. O período coincide com deslocamento dos animais peçonhentos para alimentação e reprodução, podendo ocorrer acidentes com os mais comuns: lagartas, aranhas, serpentes, abelhas e escorpiões.
Os acidentes por animais peçonhentos são considerados um problema de saúde pública no Brasil, em virtude do elevado número de pessoas envolvidas anualmente, e pela gravidade e complicações que podem apresentar. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC - DIVE (2018) a região do Estado mais acometida por estes animais é o Extremo Oeste de Santa Catarina.
Os animais peçonhentos, quando se sentem ameaçados por outro animal ou pelo homem, utilizam a peçonha (veneno) como defesa. O contato com esses animais pode ocorrer pela pele por meio de mordidas, picadas, ferroadas e arranhões.
No ano de 2018 no setor de Pronto Socorro do HRTGB foram atendidos 141 pacientes que tiveram contato com estes animais. Janeiro e fevereiro de 2018 foram os meses de maior incidência e somente até a metade do mês de janeiro/2019 já somam 12 casos.
O que fazer em caso de acidente
A vítima deve procurar atendimento médico no serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas após a ocorrência. Será feita uma avaliação pelo médico e a vítima permanecerá hospitalizada para realização de exames laboratoriais e em observação para avaliação da progressão dos sinais e sintomas.
Após o contato pode ocorrer a manifestação de alterações locais como dor, inchaço, vermelhidão, irritação, queimação, coceira no local, e até mesmo manifestações sistêmicas ocorrendo: hipotensão, taquicardia, dor de cabeça, náuseas/vômitos, alteração da coagulação sanguínea, distúrbios hemorrágicos, infecção, necrose, insuficiência renal e respiratória, choque anafilático entre outros.
A referência para o atendimento destes acidentes no estado é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina que acompanha todo o processo, fornece suporte clínico para os profissionais na avaliação da gravidade dos casos e orienta a melhor conduta a ser tomada para prevenir que manifestações mais graves ocorram, sendo em muitos casos necessária a realização de soroterapia – soro antiveneno - específico para cada tipo de acidente e disponível em ambiente hospitalar.
Como prevenir acidentes com animais peçonhentos
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de materiais de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais, limpeza de jardins, quintais e terrenos;
• Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e pedras (utilizar ferramentas);
• Evitar aproximar-se de vegetação rasteira ao amanhecer e ao anoitecer (período de maior atividade de serpentes);
• Não mexer em colmeias e vespeiros (contatar autoridade local);
• Inspecionar roupas, calçados, roupas de cama e banho, panos e tapetes antes de usá-los;
• Afastar as camas das paredes;
• Não depositar lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações;
• Evitar que plantas e folhagens encostem nas casas;
• Fazer o controle de roedores;
• Evitar acampar onde se sabe que existem roedores e serpentes;
• Não fazer piquenique às margens de rios, lagos e lagoas;
• Não encostar-se em barrancos durante pescarias;
• Limpar regularmente e com EPIs móveis, cortinas, quadros, paredes e terrenos baldios;
• Vedar frestas, buracos, portas, janelas e ralos;
• Manter limpos jardins, quintais, paióis e celeiros;
• Combater insetos (especialmente baratas, que servem de alimento para escorpiões e aranhas);
N° DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ATENDIDOS NO HRTGB SEGUNDO O MÊS DE OCORRÊNCIA - ANO 2018
Janeiro |
38 |
Fevereiro |
19 |
Março |
09 |
Abril |
17 |
Maio |
17 |
Junho |
05 |
Julho |
04 |
Agosto |
02 |
Setembro |
01 |
Outubro |
06 |
Novembro |
08 |
Dezembro |
15 |
Total |
141 |
Necessitaram de soroterapia |
31 |
Fonte: SCIH/HRTGB – 2018
TOTAL ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ATENDIDOS NO HRTGB SEGUNDO O TIPO DE ACIDENTE – ANO 2018
Lagarta |
57 |
Aranha |
26 |
Serpente |
18 |
Abelha |
22 |
Escorpião |
05 |
Ignorado |
11 |
Outros |
02 |
Total |
141 |
Fonte: SCIH/HRTGB – 2018
Enfermeira do Pronto Socorro Jéssica Cristina Segsttater
Hospital Regional Terezinha Gaio Basso
Rua São Cristovão, 335 - São Gotardo
São Miguel do Oeste - SC | 89.900-000
Tel: (49) 3631-1800
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