O Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste, realizou na manhã da última quinta-feira, dia 20, sua primeira captação de órgãos. O procedimento, realizado pela equipe da SC Transplantes, de Florianópolis, captou fígado e rins. Já outra equipe, de Pato Branco, Paraná, fez a captação do coração. O doador foi um paciente de 23 anos, que estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital, com diagnóstico de morte encefálica, devido a um Traumatismo Crânio Encefálico (TCE).
A cirurgia, que durou cerca de quatro horas, contou com a participação de cinco médicos, membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e enfermeiros e técnicos da UTI e Centro Cirúrgico. Os órgãos doados seguiram de avião para as cidades de Florianópolis e Pato Branco.
Hoje, no Brasil, para ser doador de órgãos não é necessária deixar nada por escrito, conforme a assistente social, Neiva Imhoff, basta comunicar a família do desejo de doar. “Daí a importância das famílias falarem sobre o assunto em casa, pois a doação só acontece após a autorização familiar”, salienta. Conforme a psicóloga hospitalar, Tatiane Peraça Duarte, quanto mais conhecimento e conscientização adquiridos, maior será a facilidade no momento da decisão. “Se colocar no lugar do outro, apesar da dor da perda, há o alívio de saber que muitas pessoas poderão voltar a viver, sem dor, sem dependência de equipamentos ou necessidade permanente de hospitalização”, avalia a psicóloga.
Segundo a enfermeira membro da CIHDOTT, Léia da Rosa, existem dois tipos de doador, o doador com morte encefálica, ou seja, morte do cérebro e tronco cerebral, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou Acidente Vascular Cerebral. “A partir do momento em que há o diagnóstico de morte encefálica comprovada através de exames, entre eles eletroencefalograma, Doppler transcraniano, arteriografia, constata-se que não há mais possibilidade de vida, pois sabemos que o cérebro comanda todas as nossas funções vitais”, esclarece. A retirada dos órgãos é realizada como um procedimento cirúrgico normal e por cirurgiões com treinamentos específicos. A enfermeira explica, ainda, que há o doador vivo. “O doador vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão”, diz. Conforme a assistente jurídico do Hospital Regional, Evely Gnoatto Gonçalves, pela lei N° 9.434 de 4 de Fevereiro de 1997, é permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, não parentes, somente com autorização judicial.
CIHDOTT
O Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, dispõe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). A comissão é regulamentada pela Portaria nº 1.752/Gm de 23 de setembro de 2005, que determina a constituição em todos os hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos.
A comissão trata-se de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros, que tem como funções, detectar possíveis doadores de órgãos e tecidos no hospital; viabilizar diagnóstico de morte encefálica, conforme resolução do Conselho Federal de Medicina nº. 1480/97.
Hospital Regional Terezinha Gaio Basso
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